segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Chuvas causam deslizamentos e matam 50 em Angra dos Reis

Chuvas causam deslizamentos e matam 50 em Angra dos Reis

Uma pousada e sete casas foram soterradas na baía; Morre menina resgatada após queda de barreira.


Deslizamento atingiu 7 casas e Pousada na Enseada do Bananal: atração entre o mar e a montanha


As fortes chuvas do fim de 2009 transformaram em um cenário trágico um dos principais paraísos turísticos do Estado do Rio. O deslizamento de uma encosta atingiu uma pousada e sete casas na Ilha Grande, na baía de Angra dos Reis, matando pelo menos 19 pessoas. No continente, outras 11 pessoas morreram em outro desmoronamento, no Morro da Carioca, no centro histórico - um dos destinos mais procurados no réveillon. Até a noite de ontem, bombeiros trabalhavam em busca de vítimas ou sobreviventes. No Estado, 52 pessoas já morreram por causa das chuvas.

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Na Ilha Grande, os bombeiros haviam resgatado pelo menos 13 corpos de turistas e 6 de moradores locais, informou o vice-governador Luiz Fernando Pezão. Poucas horas depois da comemoração de ano-novo, às 2h30 de ontem, os hóspedes da pousada Sankay, na Enseada do Bananal, uma região de pequenas ilhas em torno da Ilha Grande, foram surpreendidos pelo desmoronamento de toneladas de rochas e terra da imensa encosta, localizada atrás do prédio. A localização entre o mar e a montanha era um dos principais atrativos.

A maioria dos hóspedes conseguiu sair a tempo, mas a filha dos proprietários da pousada, Yumi Faraci, de 18 anos, e um casal de amigos dela ficaram sob os escombros e não resistiram. Os donos, Geraldo e Sonia Faraci, escaparam, e ficaram abalados. Geraldo estava inconsolável. À tarde, ele fez um desabafo, ao lado do que restou da Pousada Sankay. "Não sei o que fazer. Minha filha veio somente para comemorar o fim de ano com a família. Não consigo nem olhar para o lado", disse.

OPERAÇÃO DE RESGATE

Apesar da densa cobertura de vegetação de mata atlântica, a chuva forte e constante provocou uma enxurrada de destruição que atingiu boa parte da pousada e residências vizinhas. Segundo moradores da região, várias casas de veraneio estavam alugadas para turistas.

Mais de cem pessoas, entre bombeiros, médicos e voluntários, foram mobilizadas para a operação de resgate. Militares da Marinha também ajudaram. Helicópteros e navios forem empregados no transporte de equipamentos e de pelo menos dez feridos. "Existe muita dificuldade para fazer esse material todo chegar aqui. As pedras e árvores que caíram sobre a pousada e as casas são muito grandes", explicou Pezão, que chegou à ilha ainda pela manhã.

"Infelizmente, acreditamos que vamos ter um número mais elevado de vítimas por causa desses desmoronamentos", disse o vice-governador. Autoridades envolvidas na operação estimaram que poderia haver pelo menos mais 25 corpos na Ilha Grande e dezenas no Carioca.

Várias regiões de Angra foram castigadas pela chuva e a prefeitura contabiliza 80 casas destruídas. Oito corpos retirados da Enseada do Bananal foram trasladados de helicóptero para o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio. Quatro vítimas foram identificadas. Os mortos do Morro da Carioca foram identificados no IML de Angra.

OCUPAÇÃO

Ambientalistas que denunciam a ocupação desordenada das encostas de Angra lutam pela revogação de um decreto estadual de junho de 2009 que permite maior ocupação de áreas protegidas. No entanto, não havia sinais de erosão ou degradação no local do acidente.

Segundo a Defesa Civil de Angra, das 8 de quinta-feira até as 8 de ontem, choveu 275 milímetros - seis vezes mais que o esperado para dezembro inteiro. "Essa região está bem protegida, por isso a surpresa. Mas choveu muito, fora do normal, foram dois dias sem parar de chuva forte", confirmou uma funcionária da pousada Kamonê, vizinha à Sankay. A tragédia assustou visitantes de outros hotéis, que tiveram dificuldades para completar telefonemas para o continente.

A chuva no litoral sul do Rio também isolou a região, provocando várias quedas de barreira na BR-101 (Rio-Santos). Na altura de Paraty, a via chegou a ser interditada nos dois sentidos. "Nessa região, choveu em 24 horas o esperado para 30 dias", informou Luiz Carlos Austin, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No entanto, ele disse que sempre é alta a probabilidade desse tipo de fenômeno nessa época. A chuva deu uma trégua ontem e a tendência é de melhora nos próximos dias.

A tradicional procissão marítima de Angra, que ocorre no primeiro dia de cada ano, foi cancelada. Os barcos partiam da Praia das Flechas, na Baía de Angra, na Ilha da Gipóia, em direção ao continente. A festa de aniversário da cidade, que ocorre dia 6 de janeiro, também foi cancelada. O prefeito de Angra, Tuca Jordão, decretou luto oficial de três dias na cidade.

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades

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